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8 ano - Abril 2021 - Geopolítica, Região e Regionalização, Tipos de Regionalização do Mundo.

 

Geopolítica e relações internacionais

Pode-se definir geopolítica como a ciência que estuda estratégias do Estado para administrar seu território, visando à sobrevivência de seu povo e sua melhor inserção no plano internacional. Além desse termo, Estado, nação, território e país são conceitos-chave da Geografia. Embora às vezes sejam usados como sinônimos, cada termo se refere a conceitos distintos, muito importantes para entender o mundo atual.



O atual mapa do mundo, ou mapa-múndi, representa um momento da geopolítica internacional, resultado das complexas relações históricas entre territórios, Estados e nações. O mapa-múndi não é imutável; países ainda podem ser criados, extintos ou reorganizados. O mapa que vemos hoje é resultado de um processo histórico-social. Diversos povos vivem em constantes conflitos para obter autonomia política sobre um território, ou seja, lutam contra o domínio ou a invasão de seu território por outros países. Essa luta por autonomia pode levar à criação de países.

 

O Estado - O Estado é a forma como a sociedade se organiza politicamente; é o ordenamento jurídico que regula a convivência dos habitantes de um país. O governo é a forma como as instituições políticas e administrativas do país produzem as leis (Poder Legislativo), colocam-nas em prática (Poder Executivo) e garantem sua execução (Poder Judiciário). Além disso, há as forças armadas, organizações responsáveis pela defesa do território. Para ser reconhecido e respeitado entre os demais, um Estado busca sua soberania, ou seja, busca ter plenos poderes para instituir e administrar as normas e leis que a sociedade deverá seguir em seu território. O Estado soberano é aquele que não tem de reconhecer nenhum poder superior a ele. Uma nação pode constituir um Estado soberano. Quando ela ocupa um território e se organiza politicamente, denomina-se Estado-nação. Na sociedade contemporânea, o Estado-nação é a forma mais difundida de organização da sociedade. Há Estados-nação que abrangem diversas nações, como o Reino Unido (que reúne as nações inglesa, galesa, escocesa e norte-irlandesa).

 

A nação - O termo nação pode ser definido como um coletivo humano com características comuns, como a língua e a religião. Os membros dessa coletividade estão ligados por laços históricos, étnicos e culturais. Há nações com um Estado constituído, como a Alemanha, o Japão ou Portugal, e há nações que almejam constituir-se como Estado, mas ainda não o são, como os tibetanos, na China, e os curdos, espalhados entre a Turquia, o Irã, o Iraque, o Azerbaijão, a Síria e a Armênia.

 

O território - O território de um país é a base física sobre a qual um Estado exerce sua soberania. O território é delimitado por limites políticos, que podem ser naturais, como um rio, uma cordilheira etc., ou artificiais, estabelecidos com base em outros elementos. De modo geral, os limites políticos dos países são determinados por traçados tanto naturais quanto artificiais. O território de um país é formado pelo solo continental e insular, pelo subsolo, pelo espaço aéreo e pelo território marítimo.

 

O país- Podemos definir país como um território politicamente delimitado, com unidades político-administrativas, moeda própria, reconhecimento internacional e, em geral, habitado por uma comunidade com história própria. Todo país tem um Estado constituído, que exerce soberania perante outros países, e uma Constituição.

 

Questões:

1) O que é o geopolítica?

2) O que é o Estado?

3) O que é um Estado Soberano?

4) Todas nações formam um estado constituído? Cite exemplos para justificar.

5) O que é um país?

 

Organização das Nações Unidas (ONU)



A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, com o principal objetivo de manter a paz e a segurança internacionais. Além de seus órgãos principais, a ONU é formada por programas, fundos e agências especializadas, com escritórios próprios que atuam de forma interligada. A Assembleia Geral, da qual participam os países-membros da organização, é um espaço de discussão, análise e decisão sobre os mais diversos assuntos de âmbito internacional. Os membros permanentes têm poder de veto: mesmo que, a princípio, uma resolução seja aceita pelo conselho da assembleia, ela não será oficializada em caso de veto de um desses países. Há ainda o Conselho de Segurança da ONU, que tem 15 membros, cinco deles permanentes (China, Estados Unidos, Rússia, França e Reino Unido).

Importante: A ONU é uma organização internacional e intergovernamental (onde os Estados são os membros). A ONU não é uma organização supranacional, ou seja, não tem intenção de substituir os Estados ou se transformar em um governo mundial. É apresentada como sendo um centro a realizar objetivos comuns entre os países, seu papel como organização está na mediação entre os países para resolução de conflitos e ajudar na cooperação entre os povos.

 

Marque V ou F:

6. ( ) A ONU é como um governo mundial, os países são os membros e são governados pelo presidente da ONU.

7. ( ) A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, com o principal objetivo de manter a paz e a segurança internacionais.

8. ( ) Os membros permanentes têm poder de veto: mesmo que, a princípio, uma resolução seja aceita pelo conselho da assembleia, ela não será oficializada em caso de veto de um desses países.

9. ( ) O papel da ONU não está na substituição dos governos, nem na substituição dos Estados, seu papel como organização está na mediação entre os países para resolução de conflitos e ajudar na cooperação entre os povos..

 

Região e Regionalização

Chamamos de região uma porção de território que apresenta características semelhantes, de acordo com determinados critérios e classificações. Para estudar o mundo do ponto de vista físico, por exemplo, é feita uma regionalização, ou seja, uma divisão do território com base em elementos como solo, relevo, vegetação etc. Já para estudar as sociedades e os povos, podemos classificá-los com base em países ou Estados, religiões, línguas, etnias, culturas, desenvolvimento, entre muitos outros aspectos. A regionalização pode ser feita com base em critérios naturais (clima, hidrografia, vegetação); econômicos (produção industrial ou agrícola, renda per capita, uso de tecnologia); políticos (regimes de governo); sociais (taxas de mortalidade e de fecundidade, indicadores sociais, IDH); culturais (religiões, etnias); entre outros. Por meio das regionalizações, podemos estudar um conjunto de países comparando diferenças e semelhanças e analisando aspectos gerais e particulares.

 

PAÍSES DESENVOLVIDOS E PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS - Levando em consideração critérios econômicos e o grau de influência das nações no sistema econômico mundial, foi possível regionalizar o mundo em países desenvolvidos e países subdesenvolvidos. Durante muito tempo, eram considerados países desenvolvidos aqueles com grande acumulação de riquezas e de tecnologia, de significativa influência na economia mundial e cujas populações apresentavam boa qualidade de vida. Já os subdesenvolvidos eram os países de baixa ou média expressividade na economia, na tecnologia e nos níveis de qualidade de vida. Essa classificação atualmente é criticada por se entender que a denominação países subdesenvolvidos traria embutida a noção de que esses países conseguiriam superar o estágio de subdesenvolvimento e atingir o nível econômico dos países considerados modelo. Por conta disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) passou a classificar os países de acordo com diferentes níveis de desenvolvimento.

 

PRIMEIRO, SEGUNDO E TERCEIRO MUNDO - Após a Segunda Guerra Mundial, durante a Guerra Fria, o mundo se encontrava bipolarizado entre os Estados Unidos, capitalista, e a União Soviética, socialista. A rivalidade entre os países capitalistas e socialistas baseava-se, em grande parte, no desenvolvimento de suas economias e de seus modelos de produção, o que impulsionou as corridas armamentista e espacial. Nesse contexto de Guerra Fria, o demógrafo francês Alfred Sauvy utilizou o termo Terceiro Mundo, em artigo escrito em 1952, para se referir aos países economicamente mais frágeis e com pouca influência política nas decisões mundiais. Com base nesse conceito, teve origem uma nova regionalização do mundo, que classificou os países em Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo. O Primeiro Mundo correspondia aos países capitalistas desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá, países da Europa Ocidental e Japão. O Segundo Mundo era formado pelos países socialistas, como União Soviética, China, Cuba e países

do Leste Europeu. E o Terceiro Mundo, pelos países capitalistas subdesenvolvidos.

A partir da segunda metade do século XX, as expressões Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo se popularizaram e passaram a ser utilizadas nos meios de comunicação e em estudos sobre a desigualdade entre os países. Entretanto, com a desestruturação da União Soviética, no final da década de 1980, a expressão Segundo Mundo tornou-se obsoleta.

 

PAÍSES DO NORTE E PAÍSES DO SUL

Com o fim da Guerra Fria e da bipolarização entre Estados Unidos e União Soviética, as contradições econômicas e sociais entre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos tornaram-se mais evidentes, acirrando a relação entre eles. Nesse novo cenário internacional, criou-se outra regionalização para o mundo. De acordo com o nível de desenvolvimento, as nações foram classificadas em países do Norte e países do Sul. Essa classificação foi criada considerando o fato de que o hemisfério norte concentra a maior parte dos países que até então faziam parte do Primeiro e do Segundo Mundo, enquanto o hemisfério sul abriga a maioria dos países do Terceiro Mundo, considerados subdesenvolvidos. Essa regionalização não utiliza a linha do Equador como divisória entre Norte e Sul. A Austrália e a Nova Zelândia, por exemplo, situadas no hemisfério sul, foram agregadas ao Norte em função da similaridade de suas condições de vida e de desenvolvimento econômico às das nações desenvolvidas. Por outro lado, no hemisfério norte há vários países considerados pobres ou subdesenvolvidos, principalmente na Ásia. Por esses motivos, a divisão do mundo em países do Norte e

países do Sul caiu em desuso.

 

Questões:

10) O que é região?

11) Qual o problema da regionalização do mundo entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos?

12) Diferencie os países do primeiro mundo, segundo mundo e terceiro mundo.

13) Qual o problema da regionalização do mundo entre primeiro, segundo e terceiro mundo?

14) Por que caiu de desuso a classificação entre países do Norte e do Sul?

 

UM MUNDO MULTIPOLAR

Com a desestruturação do socialismo e a expansão do capitalismo, as forças internacionais, antes representadas pelos Estados Unidos e pela União Soviética, modificaram- se. Países que tinham economias desenvolvidas e poderio tecnológico e militar, como o Japão e a Alemanha, desejavam ter mais força, poder e influência no cenário mundial. Muitos países também passaram a se reunir em blocos multipolares, como os blocos econômicos. Países como o Brasil, a Índia e a China também vêm buscando ganhar mais força e influência no cenário mundial e crescer economicamente. Em 2017, a China era a segunda maior economia do planeta, na frente do Japão e da Alemanha e atrás apenas dos Estados Unidos.

 

REGIONALIZAÇÃO POR NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO

A Organização das Nações Unidas (ONU) passou a classificar os países de acordo com seus diferentes níveis de desenvolvimento. Segundo a ONU, apenas por conveniência, e não por juízo sobre o estágio alcançado nesse processo, as regiões podem ser denominadas com maior desenvolvimento, em desenvolvimento e menos desenvolvidas.

Países com maior desenvolvimento - As regiões com maior desenvolvimento abrangem grande parte dos países da Europa, o Canadá, os Estados Unidos, a Austrália, a Nova Zelândia e o Japão. A economia forte e dinâmica dos países com maior desenvolvimento garante a eles alto Produto Interno Bruto (PIB). Entre os dez países com maior PIB, sete estão entre os considerados com maior desenvolvimento: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.

Nos países com maior desenvolvimento, a qualidade de vida, em geral, é boa e a maior parte da população tem supridas suas necessidades básicas, como educação, moradia, saneamento básico e assistência à saúde. Embora a distribuição de renda não seja igualitária, ela não é tão desigual quanto nos países em desenvolvimento ou nos menos desenvolvidos.

Os países com maior desenvolvimento sediam a maior parte das empresas transnacionais e efetuam grandes investimentos em pesquisas científicas, o que proporciona o avanço das tecnologias usadas para aprimorar os processos de produção e gera retorno financeiro. Cabe destacar que o grupo dos países com maior desenvolvimento não é homogêneo. Alguns deles atingiram um alto nível de desenvolvimento tecnológico, principalmente nas áreas de informática, aeroespacial, nuclear e de biotecnologia. Outros apresentam menor desenvolvimento tecnológico e economia menos expressiva,

 exercendo menor influência na economia mundial.

Países em desenvolvimento - As regiões em desenvolvimento abrangem os países da África, da Ásia (excluindo o Japão), da América Latina, da Micronésia, da Melanésia e da Polinésia. Em sua maioria, esses países foram colônias de metrópoles europeias responsáveis pela extração de madeiras, minérios (principalmente ouro, prata e pedras preciosas) e produtos agrícolas. Mesmo após conquistar a independência, a maior parte desses países continuou com o mesmo modelo econômico, ou seja, de abastecimento do mercado internacional com commodities. As principais características da maioria dos países em desenvolvimento são: grande desigualdade social, má distribuição e concentração de renda; dependência econômica, política e tecnológica em relação aos países com maior desenvolvimento; economia primário-exportadora (países pouco industrializados e exportadores de matérias-primas); população empregada, em grande parte, nos setores primário (agricultura, pecuária e extrativismo) e terciário (comércio e serviços) da economia e no mercado informal; altos índices de analfabetismo, mortalidade infantil e natalidade; baixa expectativa de vida; média de ingestão diária de calorias abaixo do mínimo recomendado; grande parcela de pessoas vivendo em moradias precárias; proliferação de grandes centros urbanos com infraestrutura insuficiente.

 

Países em desenvolvimento considerados emergentes

Os países emergentes são aqueles que dispõem de um padrão de vida entre médio e baixo, com maior grau de industrialização. Esses países apresentam um crescimento econômico e social maior que o dos demais países em desenvolvimento e são capazes de atrair investimentos internacionais em razão das vantagens competitivas que oferecem, como mão de obra barata e abundância de recursos naturais, incentivos fiscais e legislação ambiental pouco rigorosa. China, Turquia, Indonésia, Malásia, Brasil, México, Argentina, África do Sul e Índia são exemplos de países emergentes, também chamados industrializados. Pelo fato de oferecerem matérias-primas e mão de obra baratas e disporem de grande mercado consumidor e fontes de energia, esses países atraíram empresas transnacionais, principalmente a partir das últimas décadas do século XX, o que lhes garantiu grande desenvolvimento econômico. Ao mesmo tempo em que continuaram a exportar matérias-primas para os países desenvolvidos, os países emergentes passaram a exportar produtos industrializados, geralmente com baixa tecnologia. Apesar da industrialização e do significativo crescimento econômico, a maior parte desses países não conseguiu solucionar problemas como o analfabetismo, a mortalidade infantil elevada, a carência de moradias e o pouco acesso ao saneamento básico.

Países menos desenvolvidos - A expressão países menos desenvolvidos é adotada pela ONU para os países com índices de baixa escolaridade e de elevada mortalidade infantil, com carência de moradias e com pouco acesso ao saneamento básico. O grau de ocorrência dos problemas mencionados varia de um país para outro. Na América, apenas o Haiti entra nessa classificação. A partir de 2004, o país passou por grande instabilidade política, que levou à ocupação militar por missão da ONU. Em 2010, uma sequência de terremotos agravou a situação do Haiti.

 

 

Questões:

15) Como é a qualidade de vida dos países “com maior desenvolvimento”?

16) Cite características dos países “em desenvolvimento”.

17) Cite características dos países “menos desenvolvidos”.

18) O Brasil seria um país “com maior desenvolvimento”, “em desenvolvimento” ou “menos desenvolvido”?

 

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